“A mente é a dona de nossos sentidos, mas a respiração é a dona da nossa mente” – BKS Iyengar.

 

Pensar é inerente ao ser humano, mais de 50 mil pensamentos passam pela nossa mente durante um único dia e a maioria deles surgem de nossas experiências conscientes sem que saibamos como foram parar lá. Cada pensamento gera uma sensação física, um sentimento e, talvez o mais importante para percebermos, um determinado tipo de respiração. Quando estamos com medo ou angustia, nossa respiração fica mais curta. Quando estamos ansiosos ou estressados, nossa respiração fica mais acelerada e quando estamos felizes e calmos, nossa respiração é mais longa e profunda.

 

Em um mundo onde recebemos estímulos cerebrais por todos os lados, estamos a maior parte do tempo com o nosso sistema nervoso simpático a todo vapor, assim, automaticamente estamos respirando de forma mais curta e rápida, fazendo com que absorvamos menos oxigênio e não eliminamos completamente o dióxido de carbono.

 

A falta de oxigênio no corpo e no cérebro acarreta em uma insuficiência de combustível para nosso sistema, e assim, não vivemos em nosso potencial máximo, enquanto que o excesso de CO2 diminui o pH sanguíneo, provocando uma acidose no corpo e deixando-o mais suscetível a problemas de saúde, desde de dores de cabeça, fraqueza, confusão mental, até complicações mais sérias como problemas ósseos, hipertensão, insuficiência renal, etc. O aumento da acidez corporal afeta o nosso sistema imunológico de forma geral.

 

A todo momento, mesmo quando estamos dormindo, o nosso corpo trabalha incansavelmente em busca da autorregulação interna através da homeostase. Porém, estamos cada vez menos conectados de nós mesmos para perceber quando este sistema já não está trabalhando muito bem. Portanto, é extremamente importante que tenhamos um tempo para desacelerar e estarmos plenamente conscientes da nossa respiração.

 

No yoga, a respiração é o que conecta o corpo e a mente. Respire fundo, e sua mente muda. Práticas de pranayama (exercícios de respiração), são uma ferramenta extremamente poderosa para primeiro encontrarmos este ponto de equilíbrio e, com o tempo, experimentar níveis mais elevados de consciência. Portanto, em uma situação de stress ou medo, observe como está a sua respiração. O primeiro passo é se tornar consciente desta alteração, e a partir dai, assumir o controle.

 

Deixo aqui uma sugestão extremamente simples e ainda assim muito poderosa para começarmos a regular nosso sistema e além disso trazer outros inúmeros benefícios para nossa saúde integral: Sente-se confortavelmente ou deite-se. Feche os olhos. Inspire em 4 segundos e expire em 8 segundos, por apenas 5 minutos todos os dias ou sempre que você lembrar, faça alguns ciclos. Gradualmente, você pode aumentar a contagem, sempre deixando a expiração o dobro do tempo da inspiração, lembrando que ela precisa ser prazerosa e confortável. Com uma prática constante de pranayama, é comprovado que em poucos meses a nossa respiração natural vai se tornando mais calma. E quando a nossa mente muda, nosso corpo muda, a nossa vida muda.

 

Observe, pare, respire fundo.